A chuva
Em Pombal, contam que na época da seca, quando não caía
nem um pinguinho de chuva,os moradores sofriam muito com a falta de água para
sua as plantações e para os animais. Perto da comunidade de Pombal há um córrego.
Então, os moradores à noite desciam com velas nas mãos e uma vasilha, até o
córrego, Apanhava água e iam, em procissão, rezando e cantando até o cemitério
das crianças.
Chegando lá no cemitério, derramavam a água nos túmulos, do lado da cabeça das crianças,
fazendo várias orações. Quando terminavam de rezar, cada um pegava uma pedra do
chão e retomavam o caminho do córrego, pois as pedras tinham de ser colocadas
na água.
Mas as pedras precisavam ser colocadas na água bem devagarzinho, com cuidado,
para que a chuva viesse pródiga, para ajudar na plantação. Caso as pedras
fossem jogadas com força,a chuva viria muiiito forte e seria desastrosa para as
plantações.
Chovia mesmo!!!! O terreno ficava fértil e a colheita era farta.
Narrador: Seu
Odílio
Comunidade:
Pombal,GO
Ano: junho/2005
Perquisadora:
JUliane Mota
O homem que virava onça
Na
comunidade Kalunga contam que havia um
homem que de noite virava onça. Uma vez, era uma noite de lua cheia, ele
virou onça e matou uma novilha na fazenda do próprio filho.
Quando
viu a novilha morta, o filho pensou:
_ Isso é
coisa de onça. Vou ficar aqui de tocaia para pegar essa onça.
Ele
passou o dia e a noite esperando a onça aparecer novamente. De repente, ele
ouviu um barulho de mato amassado. Era a onça que vinha devagarinho. Ele se
preparou, armou a espingarda, mas quando a onça chegou perto ele percebeu que
era seu pai e não atirou. A onça fugiu espantada.
Quando
o filho chegou em casa,o pai já estava lá. Ele disse:
_ Pai, o senhor tem de parar com essa estória de
virar onça. Hoje eu quase atirei nos senhor. Foi por pouco. Eu sou bom caçador
de onça e quase matei o senhor. O senhor mata minhas novilhas quando está
virado em onça e me dá prejuízo.
Vamos
numa rezadeira para o senhor ficar livre desse encanto.
Assim fizeram. A rezadeira quebrou oencanto e o
pai nunca mais virou onça.
Narrador: Joaquim de
S.R.
Comunidade:Kalunga,GO
Ano:/2000
Perquisadora: Gloria
Moura
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