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terça-feira, 8 de novembro de 2011

ESTÓRIAS QUILOMBOLAS

A chuva
      Em Pombal, contam que na época da seca, quando não caía nem um pinguinho de chuva,os moradores sofriam muito com a falta de água para sua as plantações e para os animais. Perto da comunidade de Pombal há um córrego. Então, os moradores à noite desciam com velas nas mãos e uma vasilha, até o córrego, Apanhava água e iam, em procissão, rezando e cantando até o cemitério das crianças.
      Chegando lá no cemitério, derramavam a água nos túmulos, do lado da cabeça das crianças, fazendo várias orações. Quando terminavam de rezar, cada um pegava uma pedra do chão e retomavam o caminho do córrego, pois as pedras tinham de ser colocadas na água.
        Mas as pedras precisavam ser colocadas na água bem devagarzinho, com cuidado, para que a chuva viesse pródiga, para ajudar na plantação. Caso as pedras fossem jogadas com força,a chuva viria muiiito forte e seria desastrosa para as plantações.
           Chovia mesmo!!!! O terreno ficava fértil e a colheita era farta.

Narrador: Seu Odílio
Comunidade: Pombal,GO
Ano: junho/2005
Perquisadora: JUliane Mota
O homem que virava onça
            Na comunidade Kalunga contam que havia um  homem que de noite virava onça. Uma vez, era uma noite de lua cheia, ele virou onça e matou uma novilha na fazenda do próprio filho.
            Quando viu a novilha morta, o filho pensou:                                                    
   _ Isso é coisa de onça. Vou ficar aqui de tocaia para pegar essa onça.
            Ele passou o dia e a noite esperando a onça aparecer novamente. De repente, ele ouviu um barulho de mato amassado. Era a onça que vinha devagarinho. Ele se preparou, armou a espingarda, mas quando a onça chegou perto ele percebeu que era seu pai e não atirou. A onça fugiu espantada.
            Quando o filho chegou em casa,o pai já estava lá. Ele disse:
_ Pai, o senhor tem de parar com essa estória de virar onça. Hoje eu quase atirei nos senhor. Foi por pouco. Eu sou bom caçador de onça e quase matei o senhor. O senhor mata minhas novilhas quando está virado em onça e me dá prejuízo.
            Vamos numa rezadeira para o senhor ficar livre desse encanto.
Assim fizeram. A rezadeira quebrou oencanto e o pai nunca mais virou onça.
Narrador: Joaquim de S.R.
Comunidade:Kalunga,GO
Ano:/2000
Perquisadora: Gloria Moura










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